O Brasil tem sido palco de debates acalorados e polarizados, especialmente relacionados à figura do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com a possibilidade de uma nova candidatura, muitos se perguntam qual será a estratégia adotada pelo político para tentar conquistar novamente a presidência. Neste artigo, iremos analisar a estratégia que a equipe do jornal "O Antagonista" acredita ser adotada por Bolsonaro para 2024, além de trazer uma visão um pouco diferente sobre o assunto.

Luta pela Absolvição e o Jogo com as Instâncias

Uma das estratégias apontadas pelos colunistas é a luta pela absolvição. Segundo eles, a equipe de defesa de Bolsonaro estaria buscando fazer com que o ex-presidente seja absolvido, ao mesmo tempo em que seus processos são encaminhados para a primeira instância. Desse modo, a expectativa seria empurrar esses processos por longos anos, chegando a até 30 anos. Essa estratégia tem como objetivo ganhar tempo e evitar que as decisões sejam tomadas no Supremo Tribunal Federal (STF), onde a situação é mais desfavorável para Bolsonaro.

No entanto, é importante mencionar que essa visão difere um pouco da estratégia que acreditamos ser adotada. Enquanto o jornal acredita que Bolsonaro buscará jogar seus processos para a primeira instância, nossa análise aponta para uma tentativa de mantê-lo  ifora da cadeia o maior tempo possível já que para o pleito de 2026 está inelegível. Embora seja improvável que Bolsonaro consiga reverter essa decisão, a estratégia seria criar uma comoção nacional que alimente a dúvida entre os ministros do STF sobre prender ou não o ex-presidente.

Aliados e a Estratégia da comoção nacional

Outra estratégia mencionada pelos colunistas é a busca por aliados nas prefeituras. Nesse sentido, a equipe de Bolsonaro aproveitaria a comoção causada pelo aumento de impostos e outros problemas sociais para criar uma grande mobilização nacional, como se estivesse em campanha política. A intenção seria mostrar para o STF que Bolsonaro ainda possui um grande apoio popular, de modo a influenciar as decisões dos ministros, principalmente do ministro Alexandre de Moraes.

No entanto, é válido ressaltar que essa estratégia pode encontrar algumas dificuldades. A polarização política no Brasil atingiu níveis altos, e contar apenas com uma comoção nacional pode não ser suficiente para influenciar as decisões do STF. Além disso, é importante lembrar que o presidente Lula também possui uma forte base de apoiadores, que se manifestaram em vigílias durante sua prisão. Assim, é possível que Bolsonaro encontre uma reação semelhante caso seja preso.

Projeção Internacional como Aliada

Uma estratégia interessante mencionada pelos colunistas é a busca por projeção internacional. Eles apontam o exemplo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que mesmo enfrentando problemas jurídicos em seu país, ainda possui apoio e poderia ser presidente novamente. Bolsonaro poderia se aliar a Trump e a outros líderes internacionais de prestígio, como o presidente da Argentina, Milei, para mostrar que possui uma projeção além das fronteiras brasileiras.

Essa estratégia não apenas serviria para inflamar os apoiadores de Bolsonaro, mas também para enviar um recado aos ministros do STF. Ao demonstrar que o líder brasileiro possui apoio internacional, alguns ministros poderiam hesitar em tomar medidas drásticas contra ele. No entanto, é importante ressaltar que essa estratégia pode encontrar desafios, especialmente considerando a atual conjuntura política mundial e as atuais posições dos líderes mencionados.

Uma Nova Estratégia de Defesa?

Embora a estratégia apontada pelos colunistas do jornal "O Antagonista" seja diferente daquela que analisamos aqui, acreditamos que elas não se contrapõem, mas sim trazem perspectivas complementares. A estratégia de defesa de Bolsonaro pode englobar aspectos como a luta pela absorção, a busca por aliados nas prefeituras, a criação de comoção nacional e a projeção internacional.

É importante destacar que o objetivo deste artigo é trazer diferentes possibilidades de análise sobre a estratégia de Bolsonaro para 2024. Não cabe a nós afirmar se essas estratégias são eficazes ou não, pois isso só o tempo e os desdobramentos políticos poderão dizer. No entanto, é importante estar atento aos movimentos políticos e às estratégias adotadas pelos diferentes atores envolvidos, para que possamos entender melhor o cenário e tomar nossas próprias conclusões.

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Paulo Feres

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