O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff foi um momento marcante na história política recente do Brasil. No entanto, desde então, uma "ladainha do golpe" vem sendo repetida por muitos defensores da ex-presidente. É importante que as autoridades do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal se pronunciem sobre o assunto.

O silêncio do Supremo e do Congresso. Uma das críticas feitas é o silêncio do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional diante das acusações de golpe feitas pela ex-presidente e seus apoiadores. Enquanto o Congresso é conhecido por suas controvérsias e disputas políticas, espera-se que o Supremo se pronuncie de forma imparcial sobre o assunto.

O processo político e a Constituição. É importante esclarecer que o impeachment é um processo político, previsto na Constituição brasileira. Acusações de pedaladas fiscais e desrespeito à lei podem levar a um processo de impeachment, como aconteceu com Dilma Rousseff. Chamar esse processo de golpe é distorcer os fatos e invalidar o cumprimento da Constituição.

Comparação com o impeachment de Collor. Alguns defensores da ex-presidente buscam comparar o impeachment de Dilma Rousseff com o de Fernando Collor de Mello, que ocorreu em 1992. No entanto, as circunstâncias foram diferentes. Collor foi cassado politicamente, não por corrupção, como muitos acreditam erroneamente. Ele só foi condenado por corrupção em 2023. O tempo da política é diferente do tempo do judiciário.

O papel do Supremo Tribunal Federal. Outra crítica feita é o suposto ativismo judicial do Supremo Tribunal Federal no caso do impeachment. Alguns alegam que o então presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, teria desrespeitado a Constituição ao permitir que Dilma Rousseff saísse com seus direitos políticos intactos após o impeachment. No entanto, é importante lembrar que o papel do Supremo é interpretar a Constituição e garantir o cumprimento das leis, e não interferir no processo político.

A importância das instituições da República. Por fim, é válido ressaltar a importância do respeito às instituições da República, como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. O posicionamento do presidente da Câmara e do Senado e do presidente do Supremo é fundamental para a manutenção da estabilidade política do país. Portanto, é necessário que se posicionem de forma imparcial e respeitem as decisões tomadas dentro do processo democrático que culminou no impeachment de Dilma Rousseff.

Em resumo, a ladainha do golpe já passou dos limites. As acusações de golpe no processo de impeachment de Dilma Rousseff são infundadas e distorcem os fatos. Cabe às autoridades do Congresso e do Supremo se pronunciarem sobre o assunto, respaldando o cumprimento da Constituição e garantindo a estabilidade política do país. São tempos diferentes, é preciso olhar para frente e construir um futuro melhor para todos os brasileiros.

Paulo Feres

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