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BRICS, um bloco econômico ou um jogo de interesses?

PAULO SÉRGIO • 22 de setembro de 2023

BRICS, um bloco econômico ou um jogo de interesses?



As relações comerciais no bloco do BRICS liderado pela China

 

O BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem sido tema frequente de discussões nos últimos anos. Segundo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o BRICS estaria em condições de superioridade para fazer reuniões com o G7, grupo composto por Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Canadá e Japão. No entanto, será que o BRICS realmente possui essa influência e poder econômico? Vamos analisar mais de perto as relações comerciais dentro deste bloco.

 

A liderança da China: Dentro do BRICS, é inegável que a China desempenha um papel de destaque. Com uma economia em constante crescimento e uma participação significativa no comércio mundial, o país asiático tem se consolidado como uma potência global. No entanto, essa liderança tem levantado questionamentos sobre a real autonomia dos demais membros do bloco.

 

Dependência econômica do Brasil: no caso do Brasil, país membro do BRICS, a dependência econômica em relação à China é evidente. O gigante asiático é um dos principais destinos das exportações brasileiras, principalmente de commodities como soja e minério de ferro. Isso coloca o Brasil em uma posição vulnerável, uma vez que qualquer redução nas relações comerciais com a China poderia ter graves consequências para a economia brasileira.

 

A Rússia em busca de novos aliados: outro país que compõe o BRICS é a Rússia. Embora também seja uma potência econômica e militar, o país tem buscado diversificar suas relações internacionais e reduzir sua dependência dos mercados ocidentais. Nesse sentido, o BRICS poderia oferecer uma alternativa para a Rússia fortalecer seus laços comerciais, especialmente com a China.

 

A realidade do BRICS como bloco econômico: contrariando as afirmações de Lula, especialistas afirmam que o BRICS não se configura como um verdadeiro bloco econômico. Ao contrário, trata-se de uma união de repúblicas com diferentes níveis de desenvolvimento e interesses divergentes. Enquanto a China é a locomotiva do BRICS, os demais membros seguem em seu reboque, sem a mesma capacidade de influência econômica.

 

Apesar de ser visto por alguns como um grupo com grande potencial, o BRICS ainda possui desafios a superar para consolidar-se como um bloco econômico verdadeiramente influente. A liderança da China, a dependência econômica do Brasil e as divergências de interesses entre os membros são fatores que podem limitar a efetividade desse agrupamento. É importante acompanhar de perto as ações do BRICS e suas consequências para a economia global.




Paulo Feres

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