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Crise de segurança pública na Bahia: reflexões sobre a violência e suas raízes

PAULO SÉRGIO • 9 de outubro de 2023

Crise de segurança pública na Bahia: reflexões sobre a violência e suas raízes

 


A Bahia, tradicionalmente governada pelo Partido dos Trabalhadores, enfrenta há tempos uma crise quase insolúvel de segurança pública. A violência assola o estado de forma alarmante, e é importante refletir sobre suas causas e possíveis soluções.

 

Um dos pontos que merece destaque é a aparente ambivalência do discurso governamental em relação à segurança. Enquanto o governo afirma combater a violência, muitas vezes parece fazê-lo com um pé em cada canoa. E isso não se limita à Bahia, é uma realidade nacional.

 

A resposta à violência deve ser efetiva e enérgica, porém, na Bahia, tal discurso nem sempre é coerente. Isso ocorre porque a maioria dos policiais baianos é composta por pessoas negras e de baixa renda, o que invalida o argumento de que a violência ocorre em função da pobreza e da etnia. Afinal, é a própria polícia negra que está matando negros, pois a Bahia é um estado majoritariamente negro.

 

Não se trata de uma questão racial, mas sim da necessidade de combater a violência de forma contundente. A violência policial é uma reação à ação criminosa, quando a polícia precisa se proteger e proteger a sociedade. É importante ressaltar que a polícia não chega matando, ela dá ordens, pede para que o suspeito se entregue pacificamente. No entanto, quando há reação armada por parte do criminoso, a resposta precisa ser à altura.

 

A diferença de mortalidade entre bandidos e policiais se dá, principalmente, pela diferença no treinamento. Enquanto os policiais passam por rigorosos cursos e treinamentos em tiroteio, os bandidos não têm acesso a esse tipo de preparação. Se os criminosos se esforçassem para treinar tanto quanto os policiais, talvez o embate fosse mais equilibrado.

 

No entanto, a violência não é um problema que surgiu recentemente. O Brasil tem uma triste história de altos índices de violência, independentemente do governo de plantão. Desde os governos anteriores, a violência já era uma realidade preocupante, e vem se agravando cada vez mais.

 

É importante mencionar que o governo de Michel Temer apresentou resultados positivos na área da segurança, com uma diminuição dos índices de mortes violentas. Essa tendência foi mantida no início do governo Bolsonaro, resultado do trabalho anterior. No entanto, a bandidagem viu nessa mudança de governo uma oportunidade de agir com mais liberdade e segurança.

 

Naturalmente, os criminosos se sentem mais à vontade com um governo que historicamente apresenta uma abordagem mais branda à segurança pública. Essa é uma dinâmica natural, que pode ser explicada por sociólogos e especialistas. Ainda assim, é um problema que vem se arrastando há muito tempo e que não encontra uma solução adequada.

 

A segurança pública precisa ser uma prioridade para todos os governantes, independentemente de partido político. É inaceitável que a violência continue a assolar o país sem que sejam adotadas medidas eficazes para combatê-la. É necessária uma abordagem sistêmica, que englobe tanto ações repressivas quanto políticas públicas que ataquem as raízes da violência.

 

A Bahia, como um dos estados mais afetados pela violência, precisa de uma atenção especial nesse sentido. É preciso investir em políticas sociais que promovam a inclusão e a redução das desigualdades, ao mesmo tempo em que se fortalece a atuação policial e a investigação criminal.

 

Enfrentar a crise de segurança em um estado tão complexo requer ação conjunta de todas as esferas do poder público, além da participação ativa da sociedade civil. É necessário um esforço conjunto para combater o crime e garantir a segurança e a tranquilidade para a população baiana.

 

O momento é de reflexão e busca por soluções efetivas. O Brasil não pode mais conviver com taxas alarmantes de violência. É responsabilidade de todos lutarmos por um país mais seguro e justo, onde a violência seja uma exceção e não a regra. A Bahia e o Brasil merecem mais.


Paulo Feres

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