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"Flávio Dino exalta Lula em discurso e o compara a Moisés: até onde vai o puxa-saquismo?"

PAULO SÉRGIO • 25 de julho de 2023

"Flávio Dino exalta Lula em discurso e o compara a Moisés: até onde vai o puxa-saquismo?"



No mundo político, é comum observar discursos exaltados e elogios exagerados a determinadas figuras. Recentemente, o ministro da justiça, Flávio Dino, fez um discurso no qual comparou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Moisés, o general bíblico.

 

Essa comparação, no mínimo curiosa, levanta questionamentos sobre o limite do puxa-saquismo no cenário político brasileiro.

 

O ministro destacou a história de Moisés, mencionando duas batalhas específicas: a Batalha do Mar Vermelho, na qual o general derrotou o exército do faraó e obteve a vitória, e a batalha contra o exército de Amaleque. Nessa última batalha, Dino ressalta que Moisés levantava os braços para inspirar o seu exército, e quando os abaixava, o exército fraquejava. Para manter os braços de Moisés levantados e sustentar a motivação dos soldados, havia ministros ao seu lado. Ao fazer essa analogia entre Moisés e Lula, o ministro Flávio Dino insinuou que Lula é o "general no alto da colina" e que ele, assim como Moisés, precisa manter os braços levantados. Além disso, Dino afirmou que os ministros, políticos e o povo brasileiro estariam ao lado de Lula para segurar seus braços quando necessário.

 

Essa comparação gerou reações diversas na sociedade brasileira, sendo muitas delas críticas ao que foi considerado como exagero e puxa-saquismo. Afinal, até onde vai a lealdade política e quando ela ultrapassa os limites da razoabilidade?

 

É compreensível que haja admiração e apoio por parte dos aliados políticos de Lula. Contudo, transformá-lo em um "Moisés brasileiro" parece ser uma estratégia de exaltação que ultrapassa os limites do bom senso.

 

É por meio da avaliação serena e imparcial das ações e discursos políticos que é possível fortalecer o debate e tomar decisões mais embasadas.

 

O puxa-saquismo excessivo não é benéfico para a democracia e a relação entre governantes e governados. Quando líderes políticos se tornam alvos de adulação e exaltação desmedida, a capacidade de questionamento e análise crítica da sociedade fica comprometida.

 

Isso pode levar a governos autoritários ou a uma cultura política em que a bajulação prevalece sobre a busca pelo bem comum. Além disso, a busca por cargos e posições políticas também parece motivar o puxa-saquismo de alguns atores do cenário político. No caso em questão, a referência à eventual candidatura de Flávio Dino a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) não passa despercebida.

 

A ideia de que suas palavras possam influenciar a nomeação e consequentemente garantir sua "cadeira no supreno" pode ter motivado sua exaltação exagerada a Lula.

 

A sociedade brasileira, já cansada de discursos vazios e promessas não cumpridas, precisa estar atenta ao uso político do puxa-saquismo.

 

É necessário que os eleitores cobrem dos seus representantes uma postura ética, responsável e comprometida com o bem-estar coletivo.

 

Em um país onde escândalos de corrupção são recorrentes e onde ainda há um longo caminho a percorrer rumo à democracia plena, é fundamental que os políticos sejam avaliados por suas ações concretas, e não por bajulações e discursos vazios. Não cabe aos eleitores apenas aplaudir, mas sim cobrar e fiscalizar a atuação dos governantes, garantindo a transparência e a ética na política.

 

O puxa-saquismo exagerado, como exibido pelo ministro Flávio Dino em seu discurso, não apenas prejudica o debate político, mas também desvaloriza a função dos políticos como representantes do povo.

 

A busca por cargos e posições é legítima, mas precisa ser pautada por princípios éticos e pela busca pelo bem comum, e não por interesses pessoais.

 

Cabe à sociedade brasileira acompanhar essas cenas políticas no país e cobrar dos seus representantes uma postura digna e comprometida com o interesse público.

 

Nossa democracia só será fortalecida quando houver um equilíbrio entre a admiração e o questionamento crítico das lideranças políticas. E, assim como Moisés liderou o povo de Israel no deserto durante 40 anos, é preciso que nossos líderes tenham em mente que sua missão é servir ao povo e ao bem-estar coletivo.

 

Paulo Feres

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