Desde a última eleição presidencial no Brasil, muito tem sido dito sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ambos são líderes populistas com discursos fortes e polarizadores, que conquistaram uma base de apoiadores fiéis. Além disso, tanto Lula quanto Bolsonaro têm em comum a alegação de perseguição política por parte do sistema judiciário.

A Polícia Federal (PF) é uma figura central nas narrativas de perseguição política tanto de Lula quanto de Bolsonaro. O presidente foi alvo de diversos processos e investigações, como no caso do sítio de Atibaia e do triplex do Guarujá. Lula sempre afirmou que essas acusações são fruto de uma perseguição política liderada pela PF, com o intuito de impedir sua candidatura à presidência.

Bolsonaro, por sua vez, também utiliza o argumento de perseguição política quando se trata da PF. Segundo o presidente, o STF o está perseguindo e seus companheiros políticos, influenciadores e até mesmo advogados. Bolsonaro alega ser vítima de uma caça às bruxas, com o objetivo de retirá-lo da vida pública.

É interessante observar que, apesar de estarem em lados opostos do espectro político, Lula e Bolsonaro compartilham uma retórica semelhante quando falam sobre a Polícia Federal. Ambos acusam a instituição de atuar com viés político, visando prejudicá-los. Essa equivalência de discurso pode ser interpretada como um reflexo da polarização política que assola o país nos últimos anos.

Além disso, tanto Lula quanto Bolsonaro têm o apoio fervoroso de suas bases de apoiadores. Ambos são capazes de construir narrativas mentirosas que são prontamente absorvidas por seus seguidores. Essa fidelidade dos apoiadores é tamanha que, se os líderes populistas pedirem, eles estão prontos para seguir qualquer orientação, mesmo que seja absurda.

No entanto, é importante ressaltar que as semelhanças entre Lula e Bolsonaro vão além do discurso sobre perseguição política. Ambos os líderes estão ou estiveram envolvidos em casos de corrupção e têm figuras próximas a eles implicadas em escândalos. Por exemplo, Carluxo, filho do presidente Bolsonaro, é apontado como chefe da milícia digital do governo, responsável por espalhar desinformação e atacar adversários políticos.

Esses crimes são graves e afetam diretamente o status de democracia liberal que o Brasil busca manter. A utilização do aparato estatal de inteligência para fins pessoais e políticos é um abuso de poder que mina a confiança da sociedade nas instituições. É essencial que esses casos sejam apurados até o final, independentemente de quem esteja envolvido.

Há também a necessidade de uma atuação mais efetiva do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, o STF tem sido omisso em relação à punição de políticos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023. Além disso, é necessário investigar e punir a utilização do aparato estatal de inteligência para fins políticos, conforme alegado pela PF.

Em suma, as semelhanças entre Lula e Bolsonaro vão além do discurso sobre perseguição política. Ambos utilizam a narrativa da Polícia Federal como instrumento de perseguição política e possuem uma base de apoiadores fiéis que acreditam em suas palavras. É imprescindível buscar a verdade por trás dessas acusações e garantir que os crimes praticados sejam apurados e punidos, independentemente de quem esteja envolvido.

O Brasil vive um momento de polarização política intensa, e é importante que a população seja crítica em relação aos discursos dos líderes populistas. A verdade não pode ser substituída por narrativas mentirosas. O país precisa de um ambiente democrático, baseado em respeito às instituições e no combate à corrupção. Como cidadãos, temos a responsabilidade de questionar, investigar e exigir que a justiça seja feita.



Paulo Feres

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