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O verdadeiro espírito do Natal e as desigualdades sociais no Brasil

PAULO SÉRGIO • 1 de fevereiro de 2024

O verdadeiro espírito do Natal e as desigualdades sociais no Brasil




O Natal é uma época de celebração, amor e compaixão. É o momento em que muitas pessoas se reúnem com suas famílias, trocam presentes e desfrutam da magia da temporada festiva. No entanto, essa realidade nem sempre é a mesma para todos, especialmente quando se trata das desigualdades sociais em nosso país.


O caso recente dos procuradores e promotores cearenses, que receberam gratificações natalinas no valor de 16.4 milhões de reais, chama a atenção para a disparidade entre os funcionários públicos e a população em geral. Enquanto eles desfrutam de benefícios generosos, a maioria dos brasileiros está lutando para sobreviver com o salário mínimo.


É inadmissível que as corporações se apropriem do orçamento público e coloquem-se na classe social privilegiada do país. Os funcionários do Estado, sejam eles do Poder Judiciário, Legislativo ou Executivo, deveriam estar alinhados com a classe média, tanto em relação ao salário quanto ao estilo de vida. Para aqueles que desejam conquistar a riqueza, o caminho deve ser a iniciativa privada, onde o risco é assumido e a recompensa é merecida.


Um dos principais problemas que levam a essa realidade em um país como o Brasil é a apropriação indevida dos recursos públicos pelos congressistas. Cabe a esses políticos coibir esses abusos e garantir que os recursos sejam utilizados de maneira justa e equitativa. No entanto, muitas vezes vemos que a elite política se beneficia dessas mesmas mordomias, perpetuando assim a desigualdade existente.


O Poder Judiciário é um dos principais responsáveis por essa disparidade. Eles superam tanto o Poder Executivo quanto o Poder Legislativo em termos de regalias. O Judiciário se tornou um fim em si mesmo, perdendo sua função essencial de buscar a justiça e proporcionar igualdade à população. Em vez disso, eles se concentram em garantir sua posição privilegiada e enriquecer através de canetas e decisões judiciais.


É urgente que o sistema judiciário seja reinventado. Os membros desse poder devem trabalhar para garantir a justiça, não para aproveitar os recursos públicos e perpetuar a desigualdade. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que o Poder Legislativo assuma a responsabilidade e promova as reformas necessárias. Infelizmente, essa mudança não ocorre, pois muitos políticos têm seus interesses pessoais em mente, negligenciando o bem-estar da população.


Uma grande parcela da população brasileira possui políticos de estimação, apoiando-os e ignorando as discrepâncias existentes. Enquanto isso continuar, a população continuará trabalhando quatro meses por ano apenas para sustentar as regalias e mordomias desses indivíduos. É necessário conscientizar e mobilizar as pessoas para que cobrem seus parlamentares e busquem por mudanças reais.


O problema das desigualdades sociais e das regalias indevidas não é exclusivo do Ceará. Essa realidade pode ser observada em todas as partes do país, seja no Judiciário estadual ou federal. É um sistema que precisa ser revisto e reformulado, para que a justiça e a equidade prevaleçam.


O Natal é uma época de reflexão e solidariedade. É essencial que todos nós, como cidadãos, lutemos contra as desigualdades sociais e busquemos um país mais justo e igualitário. Precisamos nos unir como comunidade e trabalhar para pressionar nossos governantes a mudarem essa realidade.


Em meio a todo esse contexto, aproveite o Natal para lembrar daqueles que estão em uma situação menos privilegiada. Faça doações, participe de projetos de voluntariado e espalhe amor e compaixão. Somente juntos poderemos construir um país mais justo para todos.



Paulo Feres

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