O vexame do deputado eleito com tornozeleira eletrônica em Santa Catarina
PAULO SÉRGIO • 11 de dezembro de 2023
O vexame do deputado eleito com tornozeleira eletrônica em Santa Catarina
Santa Catarina é conhecida por ter um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, além de uma renda per capita considerada uma das maiores do país. O estado sempre foi reconhecido por suas instituições sólidas e uma tradição política de alto nível. No entanto, em 2022, a eleição de um deputado com tornozeleira eletrônica trouxe uma mancha para a imagem de Santa Catarina.
Zé Trovão, eleito com 70 mil votos na região de Joinville, protagonizou mais um vexame para o estado. O fato de ser eleito mesmo com a tornozeleira eletrônica já era um sinal do que viria. Afinal, alguém com esse tipo de restrição judicial não deveria ter a confiança do eleitorado. Afinal, quem utiliza uma tornozeleira eletrônica o faz por ter cometido algum ato à margem da lei.
É importante ressaltar que os representantes públicos devem viver dentro dos parâmetros legais mais estritos. Isso significa que qualquer sinal de envolvimento com atividades ilícitas ou comportamentos questionáveis deve ser rejeitado pelos eleitores. E, infelizmente, a trajetória de Zé Trovão tem sido marcada por episódios polêmicos.
Logo após assumir o mandato, começaram a surgir informações sobre festas regadas a cocaína em que o deputado teria participado. Ele justificou dizendo que eram acontecimentos de seu passado, mas ainda assim levantou-se questionamentos sobre o caráter e as escolhas de um representante público.
Não demorou muito para que outro episódio deplorável envolvendo o deputado viesse à tona. Menos de um ano após ser eleito, a Justiça determinou medidas protetivas para a ex-noiva de Zé Trovão, após denúncias de agressão. Esse tipo de comportamento mostra claramente que alguém com tornozeleira eletrônica não é o tipo de pessoa que deve ocupar um cargo de representação pública.
Cabe aos eleitores refletirem sobre o que desejam para o país, para seus filhos e para o futuro. Se o objetivo é ter um país melhor, com boas escolas, infraestrutura adequada, segurança e combate à desigualdade social, é preciso fazer escolhas mais conscientes e responsáveis na hora de votar.
É fundamental que eleitores se envergonhem de terem representantes eleitos com histórico questionável ou comportamento criminoso. É necessário exigir candidatos decentes e bem preparados para ocupar cargos públicos. A situação vivenciada em Santa Catarina é apenas mais um exemplo da hipocrisia e falta de escrúpulos que muitas vezes permeiam o mundo da política.
Para mudar essa realidade, é essencial que a população participe ativamente do processo democrático, conhecendo e avaliando o passado, as propostas e a ficha dos candidatos. Somente assim será possível eleger pessoas que realmente representem os interesses da sociedade e trabalhem para o bem comum.