A política brasileira é marcada por diversos desafios e problemas, mas um dos mais graves é a mistura do público e do privado. Esse problema se reflete em situações como o uso indevido de recursos públicos por parte dos políticos, a contratação de funcionários públicos para atividades privadas e o favorecimento de interesses pessoais em detrimento do bem comum.

Um exemplo dessa prática é o uso frequente do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) por parte dos políticos para atividades pessoais. Muitas vezes, esses políticos utilizam o avião oficial para viagens de lazer ou para fins particulares, o que configura um uso indevido dos recursos públicos. Afinal, o avião da FAB deve ser utilizado apenas para fins institucionais e em benefício do povo brasileiro.

Outro exemplo é a contratação de funcionários públicos para atividades privadas. Muitos políticos utilizam assessores parlamentares para realizar tarefas que são de sua responsabilidade pessoal, como contratar alguém para dar comida ao seu cachorro. Essa prática é reprovável, pois os assessores são pagos com dinheiro público e devem ser utilizados exclusivamente para as atividades relacionadas ao cargo.

Além disso, a contratação de pessoas próximas ou de confiança para ocupar cargos ou prestar serviços também é uma forma de favorecer interesses pessoais em detrimento do bem comum. Muitas vezes, os políticos utilizam o seu poder para beneficiar parentes, amigos ou aliados políticos, em vez de selecionar profissionais qualificados e comprometidos com o interesse público. Isso acaba gerando uma falta de transparência e de meritocracia na administração pública.

Essa mistura do público e do privado na política brasileira não é apenas confusão ou falta de entendimento por parte dos políticos. Na verdade, trata-se de uma prática intencional e muitas vezes, uma verdadeira safadeza. Os políticos conhecem bem as regras e sabem o que é certo e o que é errado, mas optam por beneficiar-se em vez de agir em prol da sociedade.

É importante ressaltar que o problema da mistura do público e do privado não está restrito a nenhum partido político ou ideologia específica. Essa é uma questão que afeta toda a política brasileira e deve ser combatida por todos os cidadãos, independentemente de suas preferências políticas. O patrimonialismo, que é a visão de que o Estado e seus recursos são propriedade de alguns poucos, precisa ser superado para que se possa construir um país mais justo e transparente.

Para combater a mistura do público e do privado na política brasileira, é necessário aumentar a transparência dos atos públicos, fiscalizar de forma mais efetiva o uso dos recursos públicos e promover uma cultura de ética e probidade entre os políticos. Além disso, é fundamental que a população esteja atenta e consciente de seus direitos e deveres como cidadãos, cobrando um comportamento ético de seus representantes políticos.

Somente assim será possível construir uma política mais íntegra e um país mais justo, em que o bem comum esteja acima dos interesses pessoais. Afinal, a mistura do público e do privado na política brasileira não é apenas um problema dos políticos, mas sim de toda a sociedade.

Paulo Feres

ACOMPANHE OS ARTIGOS NO BLOG DO SITE

 www.coronelferes.com.br