O setor de comércio foi um dos mais afetados pela crise causada pela pandemia de COVID-19. Mesmo com a queda nos índices de desemprego, que atualmente está em torno de 8%, o emprego no comércio ainda não retornou aos patamares anteriores ao período pré-pandêmico. Mas por que isso está acontecendo?

Uma das principais razões é o fato de que o comércio depende diretamente do consumo das pessoas. Durante os momentos de incerteza e instabilidade econômica, é natural que as famílias reduzam seus gastos discricionários e priorizem apenas o que é essencial. Com o intuito de economizar, muitas pessoas evitam compras supérfluas e reduzem suas visitas às lojas físicas.

Além disso, mesmo com a flexibilização das restrições e a reabertura gradual das atividades comerciais, muitos consumidores ainda se sentem inseguros em frequentar espaços públicos e preferem fazer suas compras de forma online. Essa mudança de comportamento afeta diretamente o comércio, que ainda não se adaptou plenamente ao ambiente digital.

Outro fator que também contribui para a recuperação lenta do emprego no comércio é a reforma tributária em discussão no país. A proposta de reforma, embora tenha o objetivo de simplificar o sistema tributário e torná-lo mais eficiente, ainda não contempla medidas que priorizem a distribuição de renda e o incentivo ao consumo.

A reforma tributária em debate tem se focado mais na organização dos impostos e na proteção da indústria, deixando um pouco de lado o setor de serviços, que é o segmento que mais emprega no Brasil. É importante ressaltar que o comércio faz parte desse setor de serviços e, portanto, também é afetado pelas possíveis alterações na legislação tributária.

Isso significa que é crucial que os cidadãos se envolvam nesse debate e cobrem seus representantes políticos para que sejam feitas alterações que beneficiem o setor de serviços como um todo. O setor de comércio depende de uma legislação que seja equilibrada e estimule o empreendedorismo, garantindo assim a retomada do emprego e o crescimento econômico.

Além disso, é importante ressaltar que cada pessoa tem um papel fundamental nessa recuperação. Afinal, o emprego no setor de comércio depende diretamente do consumo das pessoas. É essencial que os cidadãos valorizem o comércio local, priorizem as compras em estabelecimentos físicos e online e apoiem as pequenas empresas.

É compreensível que a pandemia tenha alterado a forma como nos relacionamos com o comércio e o consumo. No entanto, é importante lembrar que a recuperação econômica também passa pela recuperação do emprego no setor de comércio. Portanto, é preciso unir esforços para que esse segmento volte a prosperar e continue sendo uma grande fonte de empregos no país.

No final das contas, é necessário entender que a recuperação total do emprego no comércio levará tempo e exigirá esforços conjuntos tanto do setor público como do setor privado. Enquanto isso, cabe a cada um de nós valorizar o comércio local, apoiar as pequenas empresas e contribuir com a retomada econômica do país. Juntos, podemos fazer a diferença e garantir um futuro melhor para o setor de comércio e para toda a economia brasileira.

Paulo Feres

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