A tentativa de descolamento do ex-presidente Bolsonaro de seu ministro
PAULO SÉRGIO • 5 de março de 2024
A tentativa de descolamento do ex-presidente Bolsonaro de seu ministro
A tentativa de descolamento do presidente Bolsonaro de seu ministro, General Heleno, e do vídeo controverso que foi gravado durante uma reunião ministerial, é algo previsível. No entanto, as tentativas de negar as declarações feitas pelo presidente não estão funcionando. É importante analisar não apenas o que o General Heleno disse na reunião, mas também as declarações do presidente Bolsonaro, que não estão relacionadas à fraude nas urnas.
A recente controvérsia em torno do vídeo da reunião ministerial tem gerado repercussões políticas e legais. É uma questão de tempo até que o Inquérito que apura o caso seja encaminhado para a Procuradoria-Geral da República para que o processo siga adiante. O vídeo, que foi periciado e servirá como prova, deixou claro que há declarações comprometedoras.
O ex-presidente Bolsonaro, ao tentar se desligar do ocorrido, acaba por colocar a responsabilidade nas mãos do General Heleno, afirmando que a inteligência é dele. No entanto, é preciso lembrar que o presidente é o comandante em chefe do governo brasileiro e das Forças Armadas. Suas responsabilidades não podem ser ignoradas ou negadas.
A deserção,fuga do presidente Bolsonaro de suas funções e sua tentativa de se isentar de culpa são atitudes covardes. Se ele tivesse informado adequadamente os participantes da reunião, evitaria toda essa controvérsia. Se ele simplesmente dissesse que não houve fraude nas urnas, como atesta o celular do seu ex-braço direito, Mauro Cid, já afirmou, isso poderia ter sido evitado.
Essa não é a primeira vez que pessoas próximas ao presidente são arremessadas do barco quando as coisas começam a dar errado. Bebianno, Daniel Silveira, Carla Zambelli e outros tantos exemplos mostram que o entorno do presidente se corrompe e acaba cometendo crimes graves. No final, a seita bolsonarista não se importa com eles e os deixa para trás, enquanto idolatra o presidente.
Essa situação não representa mais a verdadeira direita do país. Os bolsonaristas não defendem mais os verdadeiros valores de direita. Há uma grande parcela da direita, conhecida como "valdenaristas", que aplaude as atitudes do presidente, mesmo quando ele comete crimes graves contra a República.
A perseguição política alegada pela seita bolsonarista não passa de uma tentativa de desviar o foco dos crimes cometidos. É papel do Supremo Tribunal Federal investigar e punir essas ações criminosas, como a utilização do aparato estatal para perseguir adversários políticos. A tentativa de golpe de Estado também é um crime que deve ser apurado.
Não há perseguição política nesse caso. É importante se unir à comunidade que busca a verdade e não se deixa enganar. É preciso apurar todos os crimes cometidos e seguir em busca de um país mais justo e democrático.