A representatividade é um tema fundamental nas eleições políticas. Através do voto, os eleitores têm a oportunidade de escolher os candidatos que os representarão nos cargos públicos. Porém, nem sempre essa representatividade é garantida de forma justa e eficaz.

O delegado Francischini recebeu 400 mil votos e foi cassado posteriormente. Já o procurador Deltan Dallagnol teve 344 mil votos e também não pôde prosseguir no cargo. Ambos foram prejudicados por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que anulou as suas candidaturas.

Esses casos geram questionamentos sobre a atuação do TSE e sobre a forma como são conduzidas as eleições no Brasil. Centenas de milhares de votos, que representam a vontade dos eleitores, são anulados, privando-os de serem representados por aqueles em quem confiaram seu voto.

Além disso, é preciso refletir sobre o perfil dos candidatos eleitos e os desafios da representatividade política. Muitas vezes, deputados "lacradores", que buscam apenas o espetáculo e a visibilidade nas redes sociais, são eleitos, enquanto candidatos com experiência e propostas mais sólidas são preteridos.

Esses deputados "lacradores" podem até parecer inofensivos, mas oferecem pouco ou nenhum perigo ao sistema político vigente. Suas ações são meramente superficiais e focadas em causas populares momentâneas, sem uma visão aprofundada sobre os problemas do país.

Enquanto isso, candidatos como o delegado Francischini e o procurador Deltan Dallagnol, com experiência comprovada em suas áreas de atuação, são impedidos de assumir os cargos para os quais foram eleitos, privando o país de profissionais preparados e comprometidos com a busca por soluções efetivas.

É importante ressaltar que a representatividade não se resume apenas à quantidade de votos recebidos, mas também à capacidade dos eleitos de representar os interesses e as necessidades da população. É necessário que haja uma maior valorização de candidatos preparados e comprometidos com as demandas da sociedade.

O sistema político brasileiro precisa ser repensado e reformulado, para que casos como esses não se repitam. É preciso garantir que a vontade dos eleitores seja respeitada e que aqueles em quem eles confiaram seu voto possam assumir os cargos para os quais foram eleitos.

A participação e o engajamento da população também são fundamentais nesse processo. É necessário que os eleitores pesquisem e se informem sobre os candidatos antes de votar, buscando conhecer suas propostas, experiências e posicionamentos, para fazer uma escolha consciente e responsável.

A representatividade democrática é um direito fundamental dos cidadãos e não pode ser negligenciada. Os casos do delegado Francischini e do procurador Deltan Dallagnol são exemplos claros das falhas do sistema e da necessidade de uma reforma política que garanta a legitimidade das eleições e a representação efetiva da vontade popular.

É preciso lutar por um sistema eleitoral mais justo, transparente e representativo, onde os votos dos eleitores sejam valorizados e onde candidatos preparados e comprometidos com o bem-estar da população possam assumir os cargos para os quais foram eleitos. Somente assim teremos uma democracia verdadeira e eficaz.

Paulo Feres

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