Nos últimos anos, tem sido recorrente a notícia de novos crimes descobertos pela Polícia Federal no Brasil. Indícios são encontrados, inquéritos são abertos e encaminhados para a Procuradoria-Geral da República (PGR), mas muitas vezes o processo não avança e os criminosos continuam impunes. Essa demora na conclusão dos inquéritos é motivo de preocupação para a sociedade.

Um crime que tem chamado a atenção é a prática conhecida como "rachadinha", que envolve o desvio de recursos de servidores públicos por meio da devolução de parte dos seus salários aos políticos ou figuras públicas que os nomearam. Um caso emblemático é o do deputado Janones, onde a Polícia Federal identificou indícios dessa prática.

Porém, ao invés de concluir rapidamente o inquérito e encaminhá-lo para a PGR, que possui o foro privilegiado, a Polícia Federal parece entrar na mesma "vibe" do Supremo Tribunal Federal, que tem uma fama de não concluir os inquéritos que abre. Essa demora na conclusão gera um sentimento de impunidade e desconfiança por parte da sociedade.

É importante ressaltar que um inquérito desse tipo, como o da "rachadinha", que envolve apenas algumas pessoas, pode ser resolvido em um curto período de tempo. Basta chamar os envolvidos para depor, periciar seus celulares e contas bancárias, e verificar se existem provas que comprovem ou não a prática do crime. A apuração acaba sendo relativamente fácil, exceto nos casos em que há dificuldade em comprovar a origem ilícita do dinheiro, como quando há indícios de lavagem de dinheiro através de empresas de fachada.

No entanto, muitas vezes a demora na conclusão dos inquéritos não se dá por falta de provas ou dificuldades na apuração, mas sim por falta de vontade política ou por interesses de outras naturezas. Alguns casos acabam se arrastando por anos sem uma conclusão definitiva, enquanto os criminosos permanecem em liberdade e continuam cometendo crimes.

Essa situação é alarmante, pois enquanto os inquéritos não são concluídos, os bandidos continuam soltos, roubando e prejudicando a sociedade. É necessário que haja mais seriedade por parte das autoridades responsáveis pela condução dos inquéritos. As investigações precisam ser concluídas em prazos razoáveis, de preferência de 60 dias a um mês, para que haja uma resposta rápida para a sociedade.

A pressão para a conclusão dos inquéritos não deve recair apenas sobre a Polícia Federal, mas também sobre a PGR e o Ministério da Justiça. É preciso cobrar uma atuação mais eficiente e célere, para que os criminosos sejam punidos e a sensação de impunidade seja reduzida.

A sociedade também precisa se envolver nessa luta por justiça. É importante que as pessoas se mantenham informadas sobre os casos em andamento, cobrem transparência nas investigações e exijam resultados concretos. Além disso, é fundamental que as pessoas denunciem qualquer atividade criminosa que tenham conhecimento, pois isso contribui para o combate ao crime e para a punição dos culpados.

No Brasil, a demora na conclusão dos inquéritos criminais é um problema que precisa ser enfrentado de forma séria e eficiente. É necessário que as autoridades se comprometam com a resolução ágil dos casos, para que a sociedade tenha confiança no sistema de justiça e os criminosos sejam devidamente punidos. A colaboração da população também é fundamental nesse processo, afinal, a busca por um país mais justo é responsabilidade de todos nós.



Paulo Feres

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