O Exército Brasileiro e a Democracia: Mitos e Realidades
O papel das Forças Armadas em um país democrático é sempre motivo de debates acalorados. No Brasil, essa discussão é ainda mais intensa, especialmente quando se trata do Exército Brasileiro. A história recente do país está repleta de episódios em que o tema veio à tona, como durante o período do Regime Militar (1964-1985). No entanto, é preciso analisar o atual contexto para entender que a realidade mudou e que o Exército está comprometido com a democracia.
O recente pronunciamento do ministro da Defesa, José Múcio, trouxe à tona novamente a discussão sobre a postura do Exército em relação à democracia. Em suas declarações, Múcio foi claro ao afirmar que o Exército não deu um golpe de Estado simplesmente porque não quis. Essa afirmação pode parecer simplista, mas tem um grande significado.
Ao afirmar que o Exército brasileiro não deu um golpe de Estado porque não quis, o ministro da Defesa reforça a ideia de que as Forças Armadas estão comprometidas com os valores democráticos estabelecidos pela Constituição de 1988. Esse compromisso com a democracia é fundamental para o bom funcionamento das instituições e para a garantia dos poderes da República.
É importante ressaltar que, ao longo dos anos, o Exército passou por um processo de transformação cultural. A visão geral que se tem da instituição é muitas vezes desatualizada, baseada em acontecimentos históricos que ocorreram décadas atrás. O Exército de hoje não é o mesmo do passado. É uma força moderna, integrada à sociedade e comprometida com a defesa dos valores democráticos.
No entanto, mesmo diante das declarações do ministro Múcio, algumas vozes à esquerda e à direita ainda criticam o Exército. Enquanto uns acusam a instituição de estar conspirando para dar um golpe de Estado, outros criticam o fato de o Exército não ter intervindo durante momentos de crise política. Essas críticas revelam a falta de compreensão sobre o papel do Exército em uma democracia consolidada.
A sociedade brasileira precisa se atualizar e olhar para frente, enxergando o Exército como uma instituição comprometida com a defesa da ordem constitucional. A ideia de que o Exército está sempre à espreita, esperando uma oportunidade para intervir politicamente, é antiquada e não corresponde à realidade atual.
Além disso, é importante destacar que o Exército atua em diversas áreas além da defesa nacional. Os militares são frequentemente acionados para auxiliar em operações de segurança pública, como no combate ao crime organizado e no apoio durante desastres naturais. Essas ações reforçam o compromisso das Forças Armadas com a sociedade e com a democracia.
É necessário superar essa dicotomia entre esquerda e direita quando se trata do Exército. A instituição está acima das ideologias políticas e tem como principal objetivo servir ao país e à sociedade brasileira. É fundamental reconhecer que as Forças Armadas são uma parte importante da democracia e que, quando o Exército não interfere nas questões políticas do país, isso é um sinal de maturidade democrática.
Em tempos de polarização política, é fundamental buscar o diálogo e o entendimento entre as diferentes visões. É preciso olhar para o Exército com uma perspectiva mais atual, reconhecendo que a instituição está comprometida com os valores democráticos e que seu papel é defender a sociedade e não governá-la.
O Exército brasileiro não deu um golpe de Estado porque não quis. Essa afirmação do ministro da Defesa José Múcio reflete o compromisso das Forças Armadas com a democracia e com o cumprimento da Constituição de 1988. A sociedade brasileira precisa superar visões antiquadas e compreender que o Exército é uma instituição moderna e comprometida com a defesa dos valores democráticos. É hora de abandonar preconceitos e olhar para frente, reconhecendo a importância do Exército no contexto atual do país.
Paulo Feres
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