Santa Catarina mantém contrato milionário com revista de baixa circulação: Um olhar crítico sobre a educação no estado
PAULO SÉRGIO • 11 de dezembro de 2023
Santa Catarina mantém contrato milionário com revista de baixa circulação: Um olhar crítico sobre a educação no estado
A educação no Brasil é um tema constantemente debatido e frequentemente cercado por polêmicas e desafios. Um caso recente levanta questionamentos sobre a efetividade dos investimentos públicos na área, mais especificamente no estado de Santa Catarina.
Recentemente, veio à tona um contrato milionário firmado pelo estado com uma revista de circulação extremamente baixa, contando com apenas 46 leitores. A notícia rapidamente se espalhou e gerou indignação entre os contribuintes, que questionam a eficácia desse investimento.
No entanto, é importante esclarecer que a culpa não se restringe apenas ao estado. O contrato foi estabelecido com o objetivo de disponibilizar conteúdo digital para os alunos, agregando valor e proporcionando uma maior diversidade de recursos educacionais. O estado cumpriu com sua obrigação de oferecer ferramentas para os estudantes, mas a falta de interesse e engajamento por parte dos mesmos é evidente.
É fácil apontar o dedo para o estado e questionar suas ações, mas é necessário olhar além. A responsabilidade de cultivar o hábito da leitura nos jovens não deve recair unicamente sobre os ombros do sistema educacional. A educação começa em casa, e os pais desempenham um papel crucial nesse processo.
Se queremos que nossos filhos se tornem leitores ávidos e consumidores de conteúdo de qualidade, precisamos dar o exemplo. Se a mãe e o pai estão ocupados assistindo vídeos e consumindo música de baixo valor cultural, como esperar que os filhos se interessem por leitura? É preciso oferecer um ambiente propício para o desenvolvimento do hábito da leitura, mostrando aos jovens o prazer e os benefícios que ela pode trazer.
Além disso, é importante considerar a mudança nos gostos e hábitos de consumo dos jovens. O mundo digital oferece uma infinidade de opções de entretenimento instantâneo, muitas vezes mais atrativas do que a leitura. A facilidade de acesso a músicas, vídeos e redes sociais faz com que a leitura perca espaço na vida dos jovens, que preferem o imediatismo e a gratificação instantânea.
Nesse sentido, cabe à família e à sociedade como um todo mudar essa realidade. É necessário mostrar aos jovens que a leitura pode ser tão empolgante e envolvente quanto qualquer outra forma de entretenimento. É preciso estimular o interesse pela literatura, pela informação de qualidade e pelos conteúdos que realmente agregam valor.
O estado pode até retirar o meio pelo qual disponibiliza o conteúdo educacional, mas isso não resolverá o problema fundamental. A falta de interesse pela leitura e pela busca do conhecimento está profundamente enraizada na sociedade e na cultura em que vivemos.
A solução para esse impasse surge quando os pais, os educadores e a sociedade se unem em prol de uma educação de qualidade. É necessário criar um ambiente rico em estímulos e oportunidades para o desenvolvimento do hábito da leitura. Isso envolve desde a criação de bibliotecas bem equipadas até a promoção de eventos literários e debates sobre a importância da leitura.
Não se trata apenas de criticar o estado e seus investimentos, mas de assumir a responsabilidade individual e coletiva na formação de uma sociedade leitora. É necessário mostrar aos jovens que a leitura pode abrir portas, expandir horizontes e transformar vidas. Afinal, o conhecimento é a chave para um futuro melhor.
Então, ao invés de apenas reclamar e apontar dedos, vamos agir. Vamos incentivar a leitura em nossos lares, valorizar o conhecimento e buscar formas de agregar mais valor à nossa educação. Somente assim poderemos superar os desafios e construir um futuro próspero e educado para nossos jovens.
Não vamos deixar a responsabilidade apenas nas mãos do estado. Vamos ser os protagonistas dessa mudança, afinal, a educação é uma responsabilidade de todos. Juntos, podemos fazer a diferença.