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A farsa da oposição eleita: analisando as ações do bolsonarismo

PAULO SÉRGIO • 28 de fevereiro de 2024

A farsa da oposição eleita: analisando as ações do bolsonarismo



Se há algo que podemos observar na política é que nem sempre a oposição eleita se mostra como a legítima representante das ideias contrárias ao governo. E no caso do bolsonarismo, isso ficou ainda mais evidente. O discurso de ser a maior oposição do mundo foi rapidamente desmentido pelos próprios eleitos de 2022, que se revelaram como a maior farsa já vista.


Desde o início do mandato, a oposição bolsonarista se mostrou pouco eficiente em suas ações. Os senadores Marinho, Cláudio Bolsonaro e outros foram até o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para garantir que a Polícia Federal não tivesse mais acesso ao Congresso. Mas por que a PF iria ao Congresso com ordem judicial?


A resposta é simples: os senadores têm foro privilegiado. E por que eles têm esse privilégio? Porque, de alguma forma, interessam. Se eles não fossem importantes, certamente não existiriam mais de 50 mil pessoas no Brasil com foro privilegiado. É uma disparidade que afronta a justiça e a imparcialidade. Deveriam ser apenas cinco ou sete pessoas com esse privilégio, mas a tradição de proteger a classe política, principalmente quando se trata de crimes de colarinho branco, é uma realidade enraizada no país.


A oposição, contudo, tentou caracterizar a ação da PF como perseguição política. Mas a verdade é que a polícia estava buscando criminosos que estavam envolvidos em possíveis golpes de Estado e tinham relações com uma verdadeira rede paralela de influência e poder. Utilizar o aparato de inteligência do Estado para perseguir advogados, influenciadores e adversários políticos é algo que jamais pode ser aceito.


Entretanto, é importante entender que Rodrigo Pacheco pouco pode fazer nessa situação. A oposição está ciente disso e utiliza o episódio para fortalecer sua claque e sua militância. Atualmente, os apoiadores do bolsonarismo são em sua maioria idosos ou pessoas com pouca cultura, que acreditam cegamente nesses políticos. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, exerce poderes que vão além do que deveriam, como realizar buscas e apreensões no Congresso. Essa prerrogativa é prevista desde a promulgação da Constituição de 1988, mas o excesso de poder é algo que precisa ser discutido e controlado.


No entanto, não parece que o Senado esteja disposto a conter esse poder. Na época da CPI da Lavatoga, por exemplo, faltou apenas um voto para que ela fosse instaurada e pudesse frear o Supremo. Esse único voto era justamente o do Senador Flávio Bolsonaro, o mesmo que foi procurar Pacheco para garantir a proteção do presidente do Senado. Foi uma manobra articulada com seu pai, o presidente Jair Messias Bolsonaro, para evitar possíveis investigações e para encobrir eventuais irregularidades envolvendo "rachadinhas" e outras práticas ilegais.


Agora, diante do fato de o Supremo estar investigando a família Bolsonaro, eles se lembraram de que Pacheco é o presidente do Senado. Mas o que ele pode fazer efetivamente? A resposta é praticamente nada. Ele até poderia articular uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para retirar o poder do Supremo e acabar com o foro privilegiado. Mas, considerando a atual maioria governista no Congresso, é praticamente impossível que ela seja aprovada.


Outra opção seria Pacheco não cumprir a decisão judicial do Supremo, mas isso não acontecerá. As decisões do Supremo não se discutem, se cumprem. Portanto, o choro da oposição bolsonarista é apenas uma estratégia para encobrir a sua própria omissão e falta de comprometimento com a verdade e o bem-estar da sociedade.


Espera-se que o Supremo Tribunal Federal não seja omisso e apure todas as conexões entre os atos do dia 8 de março e o uso do aparato estatal para perseguir adversários políticos, beneficiando a família Bolsonaro. A justiça deve ser feita até a última vírgula, sem qualquer tipo de intervenção.


Neste cenário, é importante destacar a importância do compromisso com a verdade e com o respeito à democracia. A mentira nunca deve ser uma opção, e é necessário fortalecer a voz daqueles que buscam a transparência e a justiça em meio a essa política conturbada.


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Paulo Feres

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